Ministério Público instaurou um procedimento administrativo. Prefeitura informou que todos os alunos que têm laudos médicos estão matriculados em salas de atendimento educacional especializado no contraturno.
Mães de Divinolândia (SP) reclamam da falta de profissionais especializados para atender alunos com necessidades especiais.
O Ministério Público foi acionado e instaurou um procedimento administrativo para acompanhar a política pública de educação especial na cidade.
No documento foram feitos vários questionamentos, como o número de alunos com deficiência atualmente matriculados nas salas de aula comuns da rede municipal de ensino e quantos recebem o atendimento educacional especializado.
O MP também questionou como tem sido a formação inicial e continuada de diretores, supervisores, professores e funcionários das escolas públicas municipais no que diz respeito à educação de alunos com deficiência na perspectiva da educação inclusiva.
A digital influencer Midian Bonarett de Oliveira tem um filho de 12 anos que estuda no quinto ano da Escola Municipal Euclides da Cunha.
Como o menino é autista, precisa ser acompanhando por um professor especializado, mas a mãe contou que há muito tempo a escola tem colocado estagiários e até mesmo adolescentes pra cuidar dos alunos especiais. A última tinha 16 anos.
“A última estagiária que esteve com o Gabriel dormia na sala de aula, elas não têm interesse. Eles [as crianças especiais] não conseguem desenvolver porque elas [estagiárias] não são especializadas para isso”, disse a mãe.
A dona de casa Andréa Regina Moreira Gomes tem um filho portador de síndrome de Down. O menino de 7 anos estuda na Escola Municipal Moacyr Lopes de Carvalho e também tem direito de ser acompanhando por um professor especializado, mas a mãe disse que essa não tem sido a realidade no local.
“É uma menina que estuda no colégio e fica com ele. Além dele, tem 19 alunos. A professora fica com os 19 alunos e explicando a essa menina para auxiliar ele [o filho]”, contou a dona de casa.
Segundo ela, essa troca de monitores que não são especializados acaba trazendo vários traumas pras crianças. “Ele voltou a dormir com a gente, voltou a fazer xixi na cama, deu muito trabalho”, disse.
O que diz a prefeitura
Segundo a prefeitura, as crianças especiais que foram avaliadas pela equipe pedagógica e que precisam de um mediador estão sendo acompanhadas.
A administração municipal informou ainda que está se empenhando para atender a legislação e que está em contato com o Ministério Público.
Com relação a problemas com defasagem de aprendizagem, tem projetos que estão sendo desenvolvidos nas escolas, de acordo com o planejamento escolar.
O que diz o Ministério Público
O MP informou que a prefeitura prestou alguns esclarecimentos, mas que vai ser necessário que complementem as informações.
Foi informado que existem três profissionais especializadas e graduadas que atuam nas salas das Emebs Euclides da Cunha e Professor Moacyr Lopes de carvalho.
O MP disse ainda que está fazendo um estudo técnico pra saber se existem irregularidades e propor adequações.
Fonte: Portal G1


