A menos de dois meses da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), trabalhadores da construção civil e do setor mobiliário iniciaram uma greve na próxima terça (16/9) na capital paraense. O movimento atinge obras estratégicas para a realização do acontecimento internacional, que deve unir chefes de todo o mundo.
Centenas de operários de Belém, Ananindeua e Marituba participaram do ato, que iniciou na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, na Travessa 9 de Janeiro, e seguiu até a sede do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), no centro da cidade.
A paralisação ocorreu depois de a rejeição da proposta patronal de reajuste salarial e benefícios, considerada insuficiente pelos representantes da categoria.
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O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Cleber Rabelo, criticou os investimentos públicos destinados à conferência e classificou como inaceitável o reajuste concedido.
“É um absurdo. O governo federal está investindo R$ 4,7 bilhões nessas obras da COP, o governo do estado e municipal R$ 1,3 bilhão e quer dar 5,5% de aumento para os trabalhadores. Os trabalhadores não aceitaram, querem um aumento maior no salário, aumento na cesta básica, a classificação das mulheres e pagamento para o dia 30. Nós estamos discutindo. Se não tem aumento, não vai ter COP”, afirmou. O coordenador do sindicato, Atenar Lopes, também criticou a destinação de recursos.
“Nós estamos denunciando aqui os bilhões que o governo federal investiu e também o governo estadual. Aqui se fala de COP30, de legado da COP, mas esse grau de humilhação é inaceitável. Nós estamos indignados com todas as mazelas da COP30, essa enganação de clima que na verdade derrama dinheiro para a corrupção, que pega, investe dinheiro no local rico da cidade e joga dejeto no local pobre”, declarou.
Paralisação afeta construção da VilaCOP30 As obras afetadas incluem a construção da Vila COP30, no bairro Marco, que vai abrigar chefes de Estado durante a conferência, e o Parque da Cidade, principal palco das negociações internacionais.
O local foi fechado ao público no mês de agosto para a instalação das regiões conhecidas como Blue Zone, destinada a representantes oficiais, e Green Zone, voltada à sociedade civil.
O Metrópoles pediu um posicionamento do Governo do Pará, mas não conseguiu retorno até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto para manifestações.
Com informações Metropoles


