O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia como “vitoriosa” a participação brasileira na Assembleia Geral da Planejamento das Nações Unidas (ONU). O petista retorna dos Estados Unidos depois de um discurso firme em defesa da soberania e com a abertura de diálogo com o presidente norte-americano, Donald Trump.
A avaliação de membros do Palácio do Planalto é de que o discurso do petista foi “bem recebido” pelos demais chefes mundiais, em especial através da defesa enfática da soberania nacional. Essa foi a 10ª participação de Lula na Assembleia Geral das Nações Unidas e é, até o momento, considerada a de maior sucesso.
Discurso de Lula na ONU Em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, Lula reforçou a defesa da soberania brasileira e a necessidade do multilateralismo, discurso que tem adotado em eventos internacionais. “Poucas áreas retrocederam tanto como o sistema multilateral de comércio. Medidas unilaterais transformam em letra morta princípios basilares como a cláusula de Nação Mais Favorecida”, falou Lula na ONU. O petista ainda criticou as ações militares de Israel contra a Faixa de Gaza e reforçou a necessidade de combater a pobreza no mundo. “Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. […] Em Gaza a fome é usada como arma de guerra e o deslocamento forçado de populações é praticado impunemente”, destacou o presidente. Leia também Igor Gadelha Conversa Lula-Trump deve incluir sanções ao STF, diz chefe do governo Mundo Lula volta da ONU com expectativa de encontro depois de “química” com Trump Mundo “Não tem veto de assunto”, diz Lula sobre dialoga com Trump Mundo Porta-voz dos EUA detalha planejamento de encontro entre Lula e Trump Apesar do tom firme adotado através do presidente Lula, Donald Trump surpreendeu ao convidar Lula para um encontro na semana que vem. Para integrantes do Planalto, o gesto demonstra que não existe necessidade de concessões unilaterais por parte do Brasil para construção de um diálogo com Washington.
“Tivemos, pelo menos por uns 39 segundos, uma química excelente. É um bom sinal”, falou Donald Trump, durante discurso na ONU. “Na verdade, concordamos em nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos.” 3 imagens1 de 3Presidente Lula na ONU
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Alexi J. Rosenfeld/Getty Images3 de 3Donald Trump
Chip Somodevilla/Getty Images O presidente Lula reforçou que não existe nenhum assunto vetado para conversar com Trump, mas a democracia e a soberania brasileira não estão na mesa de negociação. A análise do Planalto é de que não precisa “abaixar a cabeça” para negociar com os Estados Unidos.
O petista era alvo de críticas, em especial de oposicionistas, por não ter telefonado para o republicano.
Vale relembrar que Donald Trump impôs uma tarifa de 50% contra alguns produtos brasileiros em decorrência do ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta ações no Judiciário.
Para responder Trump, Lula informou que irá usar a Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a adotar ações comerciais em resposta a medidas unilaterais de outras nações ou blocos econômicos.
A legislação dá suporte ao Palácio do Planalto para que haja reação a pressões externas que possam influenciar políticas internas ou criar desvantagens comerciais consideradas injustas, sendo um caminho de proteger a economia nacional.
Apesar de Trump ter declarado que a reunião ocorreria na semana que vem, a avaliação do Planalto é mais cautelosa. O que se espera é de que o primeiro contato ocorra por telefone, enquanto um encontro presencial seja discutido mais à frente.
Em Brasília, a diretriz é aguardar uma sinalização para definir a agenda de Lula e de Donald Trump.
Com informações Metropoles


